Depressão entre universitários: como a pressão pode afetar a saúde mental
Prazos apertados, múltiplas disciplinas, competitividade, seminários. Pressão em casa, pressão na sala de aula, pressão psicológica sobre si mesmo. Esgotamento físico e, principalmente, mental. Quadros de estresse e depressão têm sido recorrentes em estudantes brasileiros. Os números se agravam à medida que o nível do diploma também avança.
O Brasil é o país com maior prevalência de depressão na América Latina, e, de acordo com a cartilha do Ministério da Saúde, cerca de 11 mil brasileiros tiram a própria vida por ano e cerca de 3 mil pessoas por dia cometem suicídio em todo o mundo. Isso significa que, a cada 40 segundos, uma pessoa se mata. O tratamento inicial é a psicoterapia com um psicólogo ou psiquiatra formado, mas o ideal é que ambos os tipos de acompanhamento trabalhem juntos na evolução do paciente, utilizando-se, em alguns casos, de medicamentos que agem sobre o desequilíbrio químico do cérebro.
A exigência dos professores pode ser um fator determinante para os estudantes, assim como a ausência familiar e a individualidade no ambiente universitário. O medo do futuro e a pressão por bom desempenho educacional estão deixando os universitários mais vulneráveis psicologicamente. Em muitos casos, esse quadro se inicia no ensino médio, e, principalmente, nos cursinhos pré-vestibulares, em que as imposições se tornam hábitos durante os anos.
Transtornos mentais como depressão, ansiedade e síndrome do pânico acarretam afastamento da vida social e acadêmica, e, nos casos mais extremos, até mesmo o suicídio. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o suicídio é a segunda principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos, e cerca de 800 mil pessoas tiram a própria vida no mundo, a cada ano.
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O momento em que o jovem está se tornando adulto e cidadão torna-se um período no qual emergem sentimentos de incapacidade que podem acarretar doenças sérias. É nele que surge a desconfiança acerca do próprio desempenho, insônia, crises de enxaqueca, distúrbios gastrointestinais, estresse psíquico, síndrome do pânico, que se desenvolvem para distúrbios mais graves entre os universitários.
Psicólogos alertam para alguns sintomas que merecem atenção, como: agitação, irritabilidade, ansiedade, culpa, sofrimento emocional, choro excessivo, fadiga, fome excessiva ou falta de apetite, insônia, pensamento suicida, entre outras atitudes irregulares para o perfil do jovem.
Caso observe esses sinais em si próprio ou em um(a) amigo(a), procure algum tipo de ajuda. Conversar sobre o que está sentindo pode ser libertador. Muitas pessoas estão sentindo o mesmo que você, ou seja, você não está sozinho!
Onde procurar ajuda?
CVV
O Centro de Valorização da Vida disponibiliza o “Disque 188” para apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo, por telefone, e-mail e chat 24 horas todos os dias. Há, também, uma cartilha com informações úteis para ser ajudado e saber como ajudar outra pessoa (clique aqui).
CAPS
Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPs) são unidades de atendimento intensivo e diário aos portadores de sofrimento psíquico grave, cuja severidade e/ou persistência justifiquem sua permanência num dispositivo de cuidado intensivo, comunitário, personalizado e promotor de vida. São constituídos por equipe multiprofissional que atua sob a ótica interdisciplinar.
No CAPs Adulto, diferentemente do infantil, há o atendimento às pessoas com sofrimento ou transtorno mental, incluindo aquelas com necessidades decorrentes do uso de álcool e outras drogas, em sua área territorial, seja em situações de crise ou nos processos de reabilitação psicossocial. Eles são substitutivos ao modelo asilar.
Fonte: gazetadopovo.com.br; geledes.org.br; huffpostbrasil.com; hospitalsantamonica.com.br; centralsul.org; saude.niteroi.rj.gov.br